24 de junho de 2007

Ao damo, com carinho...

Ontem foi um dia daqueles que faço questão de recortar do álbum-pensamento, colar em papel colorido e guardá-lo bem bonito, na esperança de homenageá-lo.
O embrulho não precisa ser caro nem possuir muitos brilhos, apenas ter flores como as que vimos...
Precisa cheirar meu amigo Chuck, porque é ele (e Graças a Deus é ele!) que ficou ao meu lado e permanece, quando durmo, para segurar minha mão como ninguém mais poderia fazê-lo.
Por fim, um laço cheio de risadas para enfeitar, até essas lembranças crescerem e se tornarem passagem para outros mundos, ou algo dentro de mim maior que eu, mais forte do que possa explicar e tão puro quanto esse amor de amigo nosso, inundando minha vida toda!

Enquanto penso nisso, em êxtase, sinto “um-não-sei-que” incrível!
(...)
Só entenderão aqueles que saíram de si e amaram verdadeiramente alguém.

Como é bom...


:)





- Querido Chuck, que a magia desse dia nos guarde sempre.


Amizade é quando uma coisa, que era chata antes, fica super legal junto!

22 de junho de 2007

Ah! Hoje acordei feliz! Os passarinhos cantavam lindas músicas na árvore. Bom, na verdade acho que estavam brigando por algum pedaço de galho especial, ou por alguma minhoca saborosíssima, mas o barulhinho de seus chiados me alegrou tanto!
Como explicar esse estar no mundo que vem repentinamente dentro de nós? Essa consciência de quão incrível é existir e amar e viver e aprender...
Coloquei um cd que ganhei de um amigo meu e fiquei viajando em pensamento.

Cada canto do meu corpo tem um cheiro, um toque de cada pessoa que passou por mim. Dentro de mim tem as digitais de todos, de tudo.
São nesses momentos que posso explicar a vida, porque tenho impressão que a sei de cor.
- O difícil é deitar a cabeça no travesseiro e pensar que justo aquela pessoa que eu mais gostaria que dissesse um “oi”, me chamasse para conversar, deitasse no colo, enfim, difícil é aceitar que ela, no meio de tantos, não precisa de mim! E que vão ser dela, todas dela, as migalhas de afeto para meu jantar...

- Esse vazio significa muito espaço nas mãos de fazendeiros improdutivos, Pri.

- Eu sei... Preciso de uma Reforma Agrária Sentimental nas terras do meu coração...

21 de junho de 2007


A divisão é um ótimo tempero para qualquer coisa.

16 de junho de 2007

A louça crescia a olhos vistos para menina lavá-la (salvá-la). Pratos sujos empilhavam-se. As colheres saltavam de cima dos copos de vidro mergulhando no resto de arroz do almoço, desafiadoras feito punhais.

- Lavar ou não lavar. Lavar ou não lavar!
Por que a poesia me abandona nos momentos mais difíceis?

Até que, corajosamente, decidida a encarar seu inter-relacionamento forçado com a pia, ela teve uma surpresa: as taças, benditas taças que tocadas de leve entoam divinas músicas angelicais, esses pedaços de cristal tímido, cantaram tão lindamente que até as panelas saíram do armário para espiar...
Eu odeio escrever mil poemas de amor só por você. Preciso mudar de assunto! Uma escritora não pode ser sempre assim, assim sua cara, sabe? Assim com seu jeito, suas mãos segurando a caneta na hora de escrever. Uma escritora precisa ser o mundo inteiro. E o mundo inteiro precisa ser parte dela.
Uma criança que chora no Japão, precisa chorar dentro de seus ouvidos até ela escrever sobre a criança e libertá-la.
Preciso ser todas as crianças. Todos os pássaros. Todas as chuvas. Todas as flores.
Ainda terei recaídas de você escondido na minha linguagem? (...) Por favor, saia pela porta da frente, não derrube os pingos dos Is, nem tropece no gancho do J. Saia de trás do O!

Minhas vogais e consoantes, que fez suas vogais e consoantes, precisam ser as vogais e consoantes do mundo, para, finalmente, ser/estar liberta.
Arrumo meu cantinho,
abro as janelas,
planto flores tantas que mal cabem dentro de mim.
Limpo armários, reviro gavetas.
Encho de pássaros sinfônicos nosso quintal.
Lavo minhas retinas tão fatigadas,
deito-me em banhos de leite
E renasço meu amor!
Invento todos os dias da minha vida, pintada de céu,
só para te esperar chegar com o sol...

14 de junho de 2007

Tia, por que as mulheres são tão complicadas?

Não é complicação, meu bem. São feitas de nuvem!

Às vezes, pairam leves com o sopro do vento. Às vezes, enfurecidas, ficam escuras, desmanchando-se em lágrimas. É quando molham a terra e os desavisados!
(...) Mas a mágica toda está no belo arco-íris que vem no fim...

O homem deve amá-la com céu azulado.
O homem verdadeiro, amaricar também o cinza, porque sabe:
- são dias perfeitos para chocolates e cobertores...

12 de junho de 2007

Ah! O amor. O amor...

Ao contrário, fica ROMÃ, que é uma bela frutinha vermelha como o amor...

Ah! As romãs...
Uma fruta oxidante, mineralizante e refrescante. Utilizada para acabar com rouquidão, afecções da boca, garganta e gengivas. Auxilia também na prevenção de aftas.

Ah o amor...
O amor é delirante, extasiante, e cativante! Utilizado para acabar com a solidão, afecções na alma, lábios e coração. Auxilia também na prevenção da dor existencial.

Ah o amor...
Ah as romãs...

Como o mundo é perfeito!

11 de junho de 2007

Vejo formigas entrando nos buracos da toalha de mesa. Isso quebra a frieza que paira na sala de jantar. E, olhando perto, um micro-universo, uma cidadezinha quase invisível cresce embaixo dos nossos narizes arrebitados!

- Vão formigas, paredes acima, ninhos abaixo! Mostrem aos homens o sucesso de sua civilização e o fracasso da nossa.



-Mãe?
-Sim...
-Por que me esfrega tanto? Odeio tomar banho!
-Limpar por fora é o mais fácil, meu amor. Difícil é a gente se limpar por dentro...

Para o dia dos namorados.


- Oi? Aqui é...
- Agência de Namorados "Final Feliz", boa noite!
- Oh, sim, sim. Bom, vamos direto ao assunto. Preciso de um namorado para esta noite.
- Claro, senhorita, como prefere?
- Pode ser qualquer um.
- Loiro, moreno?
- Qualquer um, já disse! (...) Tá, tá bom... Um que me ame, seja romântico, faça um filho comigo, descubra meus medos e essas coisas, sabe?
- (...)
-Eu sabia, pelo seu silêncio não deve haver nenhum.Vou procurar outra agência...
-Espera! E se ele tiver manias?
- Que tipo?
- Do tipo batucar na mesa quando está nervoso, comer unhas, fazer xixi na tampa do vaso!
- Aceito. Se ele me amar, aceito. Claro que vamos ter uma briginha ou outra de vez em quando...
- Você tem mania de quê?
- De nada, oras!
- Tem sim. Todos temos.
- Hum... De me esconder embaixo da cama em dias de chuva, colecionar todo e qualquer tipo de bugiganga! Às vezes, ando molhada pela casa.
- De toalha?
- Sim, porque gosto de abrir as janelas de manhã e sentir os pêlos do corpo arrepiados, enquanto caminho pelo corredor (...)
Ei! Que pergunta foi essa?
- Desculpe! Acho mágico mulher de toalha. Ficam mais hipnotizantes do que nunca...
- Bom, mas e meu namorado?
- Calma, preciso pegar seu dados.
- Tenho 1,68...
- Não! Isso não importa. Você tem bichinho de estimação?
- Já tive, aos nove anos... Era da família real, por isso tinha trono, coroa! Decretava leis tão boas para o mundo canino que se tornou uma lenda. Chamava Justino Gentlê Carmesim.
- Justiça, gentileza...
- Carmesim, por causa do pêlo...
- Ah...

Ele abriu um sorriso.

- Me chamo Miguel. Qual seu nome?
- Milena. Olha, me desculpe, mas tenho pressa! Se for demorar...

O rapaz sumiu no balcão entre pilhas e pilhas de papéis.

- Tenho aqui o X, que está na sua 13° tentativa, no entanto, ele é tão egoísta que acaba ficando com o espelho todas as noites.
O Y, tão poeta! Diz tanto amar, amar, amar, mas no primeiro problema, desama na mesma intensidade.
Ah! Olha só! Tem também o Z, um moço extraordinário. Só que tem um probleminha, assim que as coisas ficam sérias demais, ele corre! Não sabe nadar, se sente mais seguro em relações superficiais.
Posso falar todas as letras do alfabeto se quiser.

Os olhos dela estremeceram.

- Por que faz esse trabalho então? Une as pessoas se não acredita nisso?
- Eu acredito! Amor é tudo que venho tentando encontrar, cada segundo de cada minuto que estive aqui.
-Vou embora. Suas palavras são irreais.
- Irreal é alguém como você, com olhos tão negros como a noite que vive dentro de mim. Sua pele clara, levemente avermelhada se está nervosa, completamente azul, quando lembra da sua infância.
Irreal é ver seu cabelo molhado e ter perdido seu corpo molhado também.
Pode ir agora, sei que o amor existe e se chama Milena. Amanhã mesmo mudo o rumo da minha vida, pego minhas ruas e vou para bem longe daqui.

Ela voou pela porta, com tonteiras, vermelha feito pimentão. Matou três plantinhas do canteiro, andou três quarteirões, tropeçou três lixeiras e pisou numa poça enorme de barro, quando resolveu voltar.

- Miguel? (...) Amanhã vou adotar um cachorro. Quer me ajudar escolher?



9 de junho de 2007

Voar, no fim das contas, é um estado de espírito.

Canção da menina-azul

Não menina... não chora!
Você não é do avesso não!
Se as pessoas fogem desse seu amor louco,
exageradamente exagerado,
é porque tem medo da overdose de felicidade.
Não menina, por que está triste assim?
Se seus abraços são deixados soltos,
outros braços neles vai ninar.
Se os beijos são temidos,
Poucos!
Vão caber em ti e te salvar...
Olha em frente,
Pois a muito tempo
Tem alguém que espera seus passos de princesa
E, finalmente, será como a luz do farol
Quando namora o mar:

Completamente acesa...
- Se os amigos são casas, a minha não anda sendo das melhores para se morar. Preciso reformar algumas paredes, consertar vazamentos, arrumar um buraco enorme lá no telhado.
Se os amigos são casas, peço tempo para que arrume a minha. Porque não admito quem amo embaixo de uma construção não-milimetricamente-perfeita.

- Acontece Pri, que pessoas especiais não se importam com a humildade do seu lar, nem com os probleminhas aqui, acolá... Algumas querem apenas morar em ti (independente de qualquer pedra no caminho que invente!). E se dispõem a pintar todas paredes o mais azul-céu que existir. Basta deixá-las entrar...

- Godofredo, você sabe! Isso é o que venho tentando aprender cada santo dia da minha existência!

:(

- Ei! Tudo bem... Vamos tomar um sorvete, olhar o céu azul amanhã. Se não é bom morar dentro de nós, viramos do avesso e moramos fora. Cada aprendizado tem seu tempo.


Um passo, quando se tem amor, é asa...

- Filho, as histórias são palavras para crianças de qualquer tamanho, que não desistem de acreditar...

- Nas letrinhas?

- Nos homens...



- Que gracinha de recorte Ludimila! São homenzinhos?


- Não, é a representação da união global em nome da paz entre as Nações professora...


- Ah...

A descoberta do dia azul...

Tia, por que o dia tá tão azul que chega a doer os olhos de tanta lindisse?

Porque os anjos tão encerando o chão, meu amor! Se olhar com atenção verá até a plaquinha...

Qual?

Cuidado: piso molhado...

8 de junho de 2007

Notícias das águas-claras.

A dica de hoje é a banda AMIINA, que conheci através de Rita Apoena.
Ela está na ternurinha número 2...
Também tem esse site:
www.myspace.com/amiina

Não é em português, meus peixinhos, no entanto ele toca lá no começo da página

quatro baladas tecidas com lágrima de estrela-do-mar...


Som angelical, ou será caixinha de música?

Também lembra o canto das baleias-nenéns...(que vão conhecer quando vierem aqui me visitar no terceiro coral, à direita do barco dos piratas...)


O ° ! snik snik ! . o
:)

Depois, se descobrirem um jeito de comprar o cd, disquete, cápsula, fita-cassete, ou colocar as notas numa conchinha, por favor mandem aqui para o fundo do mar. Ultimamente ando precisando desse tipo de canção-memória.


Estalinhos salgados,
da sua correspondente submarina!


Vedda.

A descoberta do dia cinza...

Também tenho medo Joãozinho querido...
Medo de ficar sozinha o resto da vida.
Por isso inverno poemas e me escondo dentro deles. Porque as palavras me deixam protegida do mundo de verdade.

Quando a tia era pequena, sabe Joãozinho, ela morava no reino das bonecas e sempre tinha que voltar para tomar banho (deve ser por isso que não gosto de tomar banho!).
Mas, sabe de uma coisa querido? Essa sua dorzinha aí dentro, sabe? Num liga não. A Mariazinha não se chama felicidade. Se ela falou que se chamava assim, não acredite meu amor. Sua felicidade está guardada naquela caixinha em cima da cômoda. A tia se lembra muito bem, sempre guardadinha lá...

O menino correu para o quarto, revirou as caixas e em uma delas, com seu nome, encontrou o presente embrulhado.


- Um espelho.


.
Queria pegar sua infantilidade e levar pela mão até o parquinho da cidade. Talvez brincando com ela acalmaria minha angústia de pensarmos em freqüências tão distantes. Queria pegar sua infantilidade e jogar para o alto feito balão! Quem sabe assim aprenderia te amar como é,

e aceitaria que não me ama como sou...


Esse é o Godofredo
(quando peguei ele usando meu fone de ouvido escondido!)

7 de junho de 2007

Quero, nesse momento, fechar os olhos. Que feche também os seus.
Vem comigo por alguns segundos, amarra seus dedos nos meus, te enlaço pelos meus cabelos. Jogo receios, traumas, dores, e tudo que te pesa num poço terminado no sem-fim. Sabe por quê? Para onde vamos até a lágrima é demais...
Solta sua leveza no espaço, devolvo minha leveza no seu passo. Vem comigo! Olha-me nos olhos que te enfeito de ladrilhos coloridos. Olha-me, sempre!
Dentro deles está bordada nossa história, o salão do futuro onde vamos dançar, mas principalmente estamos eu e você, no agora que é só nosso.
Come o agora. Devora. Deita no meu peito e ouve a máquina tamborilando esse compasso.
Minha vida é uma homenagem a você. Sua pele reluzindo lua é um desenho para mim. Não tenho medo de dizer -eu te amo- porque essas palavras são música dos meus lábios aos seus. Saem estremecendo meu corpo trincado por dentro feito calda de doce. Você engole fonemas, sorrindo a língua pintada de letras embaralhadas...

- Sente?
- Sinto!

Então, senta aqui do meu lado que temos um quebra-cabeça de mil-Nós para montar...


(essa noite)

*

Ele não foi.

(ontem, 22:00, embaixo da cama: papel, caneta e lágrimas)


Ao mesmo tempo que gostaria que estivesse aqui, meu amor, sinto uma vontade de expulsá-lo de vez da minha vida. Dessa maneira, ao mesmo tempo que sorrio por recordar as lembranças, choro por me sentir esse verme do avesso...

O que mais me dói é facilidade de me tornar uma parede fria sem fim. Coloco você do outro lado, tapo os ouvidos e fico aqui vestida de abismo por dentro.

...


(ontem, 22:30: Godofredo descobre o esconderijo)


Ainda não falei do meu Amigo Imaginário, neh? Pois é... Por enquanto basta saber que finalmente o Godofredo ia para terra dos amigos imaginários papear com o monstro do armário, a fada do dente, a cegonha e o bicho- papão, com quem ele gosta de jogar truco no fins de tarde.
Ia...
Não vai mais...
Por minha culpa.
Porque ele me achou escondida embaixo da cama (chorando) feito uma criança.


...



(hoje, 15:00 horas: mais papel, caneta e lágrimas)



Godofredo,

desculpe-me se ainda sou tão dependente de seus cuidados.
Não queria atrapalhar suas férias, porque sou louca de vontade de andar com minhas próprias pernas, para que se sinta orgulhoso de mim.
Todos esse anos, desde o jardim de infância, me salvou das aulas chatas, dos momentos difíceis. Todas as noites me cobriu de sonhos e acalmou meus medos que nunca foram poucos: escuro, ficar sozinha, chamada oral, classe nova, amigos novos,bronca dos pais, estranhos na rua, vestibular, amor-não-correspondido...
E agora, quando me tornei “adulta”, responsável e teoricamente pronta, te dou mais trabalho ainda! Não se preocupe, foi incrível todo esse tempo. Foi o melhor A.I. que uma pessoa poderia ter, portanto não acho justo mudar seus planos por causa do meu coração. Dou um jeito de colar as peças rapidinho, cê vai ver.

Estou te mandando um passagem para as 17:00, pelo pensamento, para que viaje para seu tão merecido descanso.

Estou te mandando também a minha palavra de que ficarei BEM.

Com amor, Priscila.


(hoje, 17:00 horas)


Ele não foi.



.
Manhã de feriado. O sol entrava pelo vidro da porta da sala. Isso só podia ser promessa de dias melhores, porque tinha tanto sol entrando no meu corpo naquele momento que meus medos saíram em disparada, migrando para lugares frios. Porém, nem todos se foram... Alguns desceram para os pés. Outros, deslizaram para as pontas dos dedos.

...


- Um abraço! – gritou a mãe da cozinha.
E explicou com um sorriso:
Um abraço e terminamos de botar esses danados pra correr!


(nada como uma mãe especialista em jardinagem de corações
)

5 de junho de 2007



Uma criança e um guarda-chuva pintados de arco-íris.
Você sente a evolução de um povo observando suas crianças. Quando elas arrancam as folhas das árvores e matam formigas, e os adultos se calam, devemos nos preocupar...



4 de junho de 2007

A um amigo de devaneios...

Lucas, estou lhe escrevendo porque andei pensando naquele assunto que conversamos.
O que uma mulher gosta em um homem, afinal? O que faz que com ela entregue seu coração nas mãos dele?
Pode parecer meio fora de moda, até mesmo ultrapassado, porém meu querido amigo, sinto no fundo da alma que por mais que o tempo passe essas coisas não mudam.
A dama realmente quer que você compre aquilo em que ela mais acredita. Toda mulher, e até arriscaria dizer toda pessoa, tem algo especial que realiza aqui na Terra onde coloca toda sua luz. Se você conseguir comprar esse sonho junto dela, sabe? Fazê-la acreditar naquilo que é e achar lindo aquilo que faz terá seu coração eternamente.
Pode parecer óbvio, além de nada prático, mas você sabe que nós dois fizemos escolhas diferentes da maioria. Não aceitamos o “comum”, o fácil, a profundidade de uma poça d’água...
Os lagos mais profundos merecem persistência e esperança.
Tudo que aprendi nesses vinte e um anos de vida pode ser resumido na palavra amor. Que esse amor seja entendido como tanta fé no ser humano que por mais que nos decepcionemos, ele só aumenta.

Às vezes esqueço tudo isso escrito aqui, confesso... Tem horas nas quais tudo fica bem triste. Só que ainda acredito que estamos no caminho certo, afinal meu caro, se for para existir somente o mais verdadeiro possível; se for para respirar esse amor, que seja o mais puro e inocente deles.

Dessa maneira pressinto que vai ser algo tão iluminado, que viverá eternamente dentro de nós.

E ai sim vai ter valido a pena.


Quando a semana começa as pessoas agem de forma estranha. Algumas tem preguiça até de pensar nisso... Outras procuram se enfiar nos cobertores e fingir que o sono vai durar por três noites.
Quando a semana começa, apesar de tudo, fica algo de mágico no ar...
Todo recomeço tem seus mistérios.


3 de junho de 2007

"Imagine a Rua da Existência! Cheia de gente passando de um lado para o outro, cuidando da vida, sempre notando a falta de alguma coisa, perseguindo incansavelmente a satisfação pessoal, apressados, nervosos, desconfiados e quase cegos por estarem condenados a cuidar do milhão e meio de preocupações que alguém fez caber no verbo “existir”! Na algazarra, ninguém nota um sujeito parado, perdido e jogado no meio do enxame, olhando aquele espetáculo, entrando no jogo uma vez ou outra. É quanto se ouve o estrondo de um trovão! Começa a chover. Por toda parte as pessoas correm para não molhar suas vontades, suas ambições, suas mesquinharias, seus gostos, seus planos, seus egos e suas vidas de açúcar. Enquanto todos se escondem, aquele sujeito deixa-se ficar ali parado até que não reste mais ninguém além dele e o som da chuva. Dá um sorriso, olha pra cima, põe as mãos nos bolsos e vai caminhando só para o desconhecido, assobiando

"Rain drops keep falling on my head"..."



escrito por rainwalker, no blog: http://rainwalkers.blogspot.com/


:)


Esse é o meu coração no último ano de faculdade.

Tempos de crise

Estou em crise. É chique falar que se está em crise. Gostaria que fosse esse o motivo para dizer que estou em crise!
Prestes a me tornar uma "educadora" não me sinto educadora, nem professora, muito menos cidadã.
Olho para o mundo e o mundo me olha nos olhos: não sei o que responder. Olho para as crianças que me rodeiam e não sei o que lhes oferecer. Equilibro-me na corda bamba das teorias, tão belas, tão distantes...
Devo ser a professora ditadora, que entope os alunos com uma educação conservadora e isolada? "Moderninha”, ligada nas últimas tendências pedagógicas, disfarçando a pedagogia conservadora tão bem, que chega a ser convincente? Ou a “amiga”, que pinta o mundo cor-de-rosa e acredita sinceramente nisso?
Devo ser quem, educar quem e para quê? Onde quero trabalhar? Com a elite e seus pequenos burgueses, data-shows, softwares e poder nas mãos? Na escola de periferia para tentar mudar as coisas? (Quais coisas posso mudar?) Sou um aparelho ideológico do estado? A quem sirvo? Onde encaixo a política na minha práxis de educação? Como gerar essa consciência tão dita e repetida, se às vezes me pergunto se ela está em mim!

...
Em uma pessoa que não sabe o que fazer nas próximas eleições; que não toma partido em questões polêmicas
(sempre neutra) porque sempre teve medo, preguiça, acomodação de se posicionar; que se divide entre assuntos pessoais, assuntos coletivos, e não tem a mínima idéia de onde acabam uns e começam os outros, caindo no egoísmo, individualismo e desencantamento.
Fecho os olhos. Vejo dois caminhos. O primeiro é todo florido, completamente claro. No segundo, vejo trevas, mal conheço a entrada.
Tenho que escolher, porque não há mais tempo.
Ir pelo caminho "fácil” é muito atrativo. Fraquejo... fraquejo a cada instante!

O segundo cobra minha posição perante o mundo, pois é onde estão todos meus sonhos de fazer a diferença.

Essa é a maior dúvida que já tive na minha vida. Viver ou se entregar? Ser ou não ser? Shakespeare se mostra acessível como nunca antes. Ser ou não ser, ser ou não ser...

- Eis a questão.

2 de junho de 2007




Esse é o coração das minhas crianças.
Essa tarde eu voltei na escola onde fiz estágio e o livro do Pequeno Príncipe não saía da minha cabeça. Vi muitos alunos, muitos rostos... Alguns brincalhões, outros mais quietos, risonhos - Crianças!
O fato é que nehum deles eram minhas rosas. Aquelas que plantei, coloquei sob a redoma, reguei com tanto amor. Nenhum deles havia me cativado.
Lembrei da Larissa, minha companheirinha de conversas, tão pequena e tão sábia. Felipe com seu kit de mágicas fascinantes. O Alexandre (Lelê), o menor de todos, que me ensinou a ter calma para todas as coisas, pois mesmo quando ele perdia algum brinquedo ou ralava o joelho dizia que tudo ia ficar bem; e sempre ficava...
Culpei-me diversas vezes por ter abandonado minha roseira de crianças. A falta de tempo nunca poderia justificar essa distância da minha parte.
Semana que vem levantarei mais cedo, prepararei meu espírito, deixarei minha boca perfumada, para levar somente palavras adocicadas, e vou voltar para minhas florzinhas.
Espero que eles me recebam mesmo depois de tanto tempo.
Desejo profundamente que me abracem do tamanho dos seis meses que passei distante.

A minha derrota para as palavras... 1 - 0

Hum...
:)

Blog novinho em folha! É meus caros, já era hora, as palavras andam me cobrando uma atitude! Às vezes me levantam durante a noite, puxam o cobertor e me arrastam pelos cabelos até a sala.

Esse blog é para elas (quem sabe assim estabelecemos uma relação mais amigável?)...

Torçam por mim
enquanto se divertem com essas palavras encrenqueiras!
(que apesar de tudo são ótimas companhias)



bjin
*